27 janeiro 2009

A luz que vem da noite



A vida Negra?

No dicionário de Dom Pernety, alquimista do século XVIII, o Negro mais negro do que o Negro é definido, como ele gosta de fazer, pelo recurso à memória das fábulas antigas.
«Nas fábulas o negro indica sempre essa putrefacção, tal como o luto, a tristeza, muitas vezes a morte. Thétis, indo apresentar-se a Júpiter para pedir que protegesse Aquiles, foi vestida com um trajo mais negro do que o negro, como diz Homero. Quando Íris se foi encontrar com ela a mando de Júpiter, encontrou-a vestida de negro no fundo da sua gruta marinha. Esta putrefacção é sempre indicada por algo de negro nas obras dos Filósofos. Tanto é a cabeça do corvo como o vestido tenebroso, o melro de João, ou as trevas; tanto é a noite como o eclipse do sol e da lua, o horror do túmulo, o inferno ou a morte. Chamam ainda à matéria negra da obra 'o seu chumbo, o seu Saturno, a sua cabeça de Mouro...Chama-lhe ainda a chave da obra, e o primeiro sinal, como diz Flamel, pois se não vier o negro não virá o branco, e será necessário recomeçar.» Y. Centeno



O negro na alma e na vida das pessoas

Na Bahia, onde vivi 4 anos, não se veste negro. As pessoas do candomblé não gostam do negro porque atrai más energias.
Associado à cor, vem a imagem denegrida do Homem negro, que na Bahia é também quotidiano. Numa terra com 82 %da população negra, ser negro é uma desvantagem. A escravatura ainda pesa e dói. Referia eu amiúde que sempre houve escravidão. A tragédia,infligida á comunidade negra pelos espanhóis e portugueses foi associar esta "não condição" à cor da pele. A marca da escravidão fica assim associada ao negro.
Trabalhemos interiormente o negro para que este se torne caminho de luz que vem da noite e irmã do dia.



Balzac

Filho de Julieta das Sete-quintas vem para Lisboa morar na Casa do Bugio.



Linguajar
fatídico
lingueirão
cruzeta
magana
lambão
lúbrico
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arroto
unicelular
antipirético



Casa do Bento
(aventuras de uma mãe para lá dos 70 e de um filho na meia-vida)

– Hoje voltei a sair de casa para passear... – começou ela, à medida que servia os choquinhos fritos a ele e à neta.
– Ai sim – respondeu ele franzindo o sobrolho – A mãe não pode andar, senão vai voltar a ter muitas dores.
– Fui ao Colombo par comprar uma televisão. Estou farta desta bodega. Quero uma de plasma.
– Acho bem, mãezinha, compre – respondeu ele.
– Encontrei uma em conta. Uma Somia...
– Somia? – indagou ele espantado, perante os risos da neta.
– Sim essas bodegas, sonia, sona, olha, sei lá.
– Sony – disse ele.
– Sony, sony, agora cada uma faz o que quer. Já viste alguma televisão em Londres com nome português, por exemplo RAMIL – continou ela.
– Que diabo, agora tudo tem nome estrangeiro, o nome da loja nem consigo dizer (worten), os hamburguers é outra calamidade (mac donald's). Ao menos em Estremoz ia-se ao senhor Prudêncio, pronto!



Seu Jorge e Daniela – Um abraço negro

Eu sou preta
Trago a luz
Que vem da noite
Todos os meus santos
Também podem lhe ajudar
Basta olhar pra mim pra ver
Por que é que a lua brilha
Basta olhar pra mim pra ver
Que eu sou preta da Bahia
Eu tenho a vida no peito
Das cores vivas
No meu sangue
O dendê se misturou
Tenho o fogo do suor
Dos andantes
E a paciência
Do melhor caçador
Eu sou preta
Vou de encontro à alegria
Minha fantasia
É mostrar o que eu sou
Vim de Pirajá
O qual pondo pra Oxalá
Pra mostrar a cor
Do alá de Salvador

Eu sou preta
Mãe da noite
Irmã do dia
Sou do Cortejo Afro encantador
Filho de Ilê Ayê
Ghandi Mestre Pastinha meu amor
Vou misturar O que Deus não misturou

Um abraço negro
Um sorriso negro
Traz. felicidade
Negro sem emprego
Fica sem sossego
Negro É a raiz da liberdade
Negro é uma cor de respeito
Negro é inspiração
Negro é silêncio,
é luto Negro é a solidão
Negro que já foi escravo
Negro é a voz da verdade
Negro é silêncio é a luta
Negro também é saudade
Começou Com a tal escravidão
Onde todo o sacrifício
Era nas costas do negão
Hoje tá tudo mudado
E o negro ta ligado
Atrás de um futuro
Melhor considerado
Respeito amor
Dignidade atitude
Trabalho, dinheiro Cidadania e saúde
E para o nosso país Integração
E para o nosso povoPaz e união
Preta

26 janeiro 2009

Saturno?



Carl Gustav Jung, o maior estudioso conhecido da alquimia, que fez dessa arte, desde a década de cinquenta, pelo menos, o modelo de análise do mundo arquetipal que nos envolve e suporta, ainda que pouco ou nada possamos saber dele, dizia, na sua autobiografia, que é no meio da vida, propenso em todos nós a crises de depressão, que a nigredo, o negro da alma (a melancolia saturniana já descrita desde tempos antigo) mais se fazia sentir, podendo até pôr em risco a vida do doente depressivo: pois a depressão pode facilmente conduzir ao suicídio.
Jung irá comparar o processo de cura, lento, lentíssimo, exigindo paciência e dedicação, ao processo alquímico, cuja regra mais explícita é a do Mutus Liber (1677) de que o estudioso brasileiro José Jorge de Carvalho fez uma bela edição, comentada: "Ora, Lege, Lege, Lege, Relege, Labora et Invenies", isto é, reza, lê, lê, lê, relê, trabalha e descobrirás.Na fase final de tanto e moroso trabalho receberá o adepto (o paciente) a iluminação (a cura ): diz a legenda: Oculatus abis, partes munido de olhos. E vemos na gravura o espírito do adepto erguido aos céus, coroado por dois anjos, enquanto o seu corpo em terra é ilustrado, significativamente pelo sol e pelas lua, o par em conjunção.
Ficamos pois a saber que se trata, na obra como na vida, de conciliar as tensões dos opostos que tanto podem ser as da rotina quotidiana, família, amores, profissão, perda de inspiração, no caso de artistas criadores, ou outras; como no caso dos verdadeiros alquimistas da alma a dificuldade de sair deste primeiro estágio, da nigredo. Nem todos sairão, e os tratadistas muito avisam contra essa dificuldade, aconselhando a que se hesite, antes de embarcar em tais aventura.
A alma é um precipício,ou uma água profunda, há que estar preparado antes do vôo sem asas, ou do mergulho sem garrafa de oxigénio.
Yvette Centeno



Nada se aplica mais aos tempos que correm

«Estes são os meus princípios;
se não gostarem, tenho outros.»
Groucho Marx




Linguajar
idiossincrasia
arterio-esclerose
elucubrações
próstata
hermeneutica
anglófila
putrefacta
alucinogénea
halterofilismo
desencrustante
hipotalamo
talaminídeas

21 janeiro 2009

OH NZAZI EH



OH NZAZI A
OH NZAZI EH
MAIANGOLE
MAIANGOLA

KAO KABECILE

19 janeiro 2009

Amo quem quiser



ASSISTIMOS A UMA VITÓRIA dos cidadãos e cidadãs que amam a liberdade e a igualdade. Porquê? Porque para eles (para nós,para mim) é uma vitória conseguir alterar a opinião pública e as propostas políticas dos decisores. Temos vindo a tentar fazer isso ao longo dos anos. Primeiro, o Bloco defendeu esta agenda (parte da sua formação inicial já a transportava consigo e eu tenho pessoalmente muito orgulho em ter estado na formação daquele partido e na sua direcção até ao momento em que decidi abandonar a militância partidária em si); a JS também esteve na primeira linha, e depois os Verdes e, mais tarde, o PCP. E agora chegou a hora de o PS incluir os direitos da população LGBT na sua política.
Isto é para ser celebrado.
Como deveria sê-lo se o primeiro-ministro fosse do PSD e esse partido tivesse abraçado (reconheço que por artes mágicas…) estes valores.
Nada disto implica renegar críticas anteriores na actuação dos partidos - muito menos a vergonha do 10 de Outubro, sobretudo o comportamento do PS. Nada disto implica ser ingénuo quanto a um futuro próximo de possíveis hesitações, recuos, compromissos. Nada disto implica alterações emocionais ou de juízo em torno da confiança ou falta dela nos actores políticos concretos. Isto não é uma novela. O que importa é que ontem o provável futuro primeiro-ministro se comprometeu publicamente com a igualdade para a população LGBT. Compete-nos a nós, agora, a pressão e a vigilância para que não haja recuos e para que o resto da agenda seja contemplado: os direitos de adopção e parentalidade, o acesso das lésbicas à PMA, a identidade de género e a luta activa do estado contra a homofobia que subsistirá para lá da abolição da homofobia na lei. Clichê belicista à parte, ganhou-se uma batalha mas continua a “guerra”.
Texto de Miguel Vale de Almeida publicado no blog JUGULAR.



Sou livre, amo quem quiser
O Direito serve a sociedade e não o contrário. Essa é a filosofia do DIREITO que tem de reflectir a vida real das pessoas. Das pessoas que vivem nas nossas cidades, no metro, no café, que pagam impostos, que escrevem, representam e pintam, que VIVEM como qualquer cidadão e que merecem ser tratadas com dignidade. TODAS,independentemente do modo como atingem os seus orgasmos.
EU FUI DISCRIMINADO. Ainda recentemente, em nome do preconceito rançoso de séculos de catolicismo hipócrita e desse valor propagandista, em minha opinião, absurdamente, de que o núcleo da sociedade é a família tradicional.
Há outras formas. Elas existem e não estão à espera da lei para se realizarem. O Primeiro-Ministro, seja por estratégia política, seja porque está realmente convicto, assumiu as dores. Faça-se então o que é de justiça.



Judocas de burka?





Casa do Bento
– Vou beber um chazinho verde antes de me deitar. Sempre me acalma. – Disse a mãe sentando-se no sofá da sala de estar.
– Veja lá que o chá verde tem cafeína e pode fazer-lhe mal à noite. – Informou ele.
– Cafeína? O chá verde? Ora essa. – Ripostou ela. – Está-se mesmo a ver, o nome diz tudo. É verde, não tem cafeína.
– Para já é teína e não cafeína, porque não se trata de café, e, além disso, é excitante. – Respondeu ele, já aos gritos para se fazer ouvir por um aparelho de audição que ninguém sabe como funciona.
– É verde e é bom – azedou ela – o resto devem ser as porcarias mal lavadas que bebeste lá no Brasil.



O legado Bush...


A História se encarregará de o esquecer, ou de o lembrar pelas piores razões.

15 janeiro 2009

Eminência, o que é que eu sou?



Alá Seja Louvado

Não percebo porque é que ficam tão indignados com as palavras de um cardeal. É certo que as suas palavras foram retiradas de um contexto mas esqueçam-no, deixem-no, não lhe liguem.
Já é tempo de darmos a cada um o seu lugar. O que cada religião, através dos seus legítimos sacerdotes ensina, só diz respeito aos praticantes dessa mesma confissão.
Felizmente que, nos nossos dias a Igreja Católica e o seu Príncipe Dom José, não têm poder secular para nos impor o que quer que seja, e como nós tão bem sabemos, a população não acha perigoso uma muçulmana portuguesa casar com um católico português ou coisa parecida. Acham sim que isso é um problema que só a eles diz respeito, e, que o AMOR tudo pode, logo se Deus é Amor: está tudo certo!
Que a paz seja contigo!




Vens, Neophito
de onde não sabes para onde nada conheces. Teus olhos estão fechados à mesma luz que vêem; teus ouvidos não ouvem os mesmos sons que lhe são dados. És como o universo inteiro, que não sabe donde vem nem a que vem.Por isso te ponho na boca o sal da sciencia, e te unjo na fronte com o óleo da misericórdia, e te molho a cabeça com a água da absolvição. É para que saibas que a palavra é para dizer a verdade, e que o pensamento é para pensar a caridade, e que toda a alma é para ser limpa ante o Senhor.Segue o teu caminho entre os homens, não esquecendo nunca que não deverás mentir aos outros, porque o sal está em tua boca; nem mentir a ti mesmo, porque o óleo está em tua fronte; nem mentir contra Deus, porque a água passou por sobre ti. Que a paz seja contigo! (Pax tibi, Frater!)
Fernando Pessoa



Sóvacos


Se não regulamentarem a lei das uniões de facto e legalizarem os casamentos entre pessoas do mesmo sexo confirmam-se os piores receios de que este país está entregue a uma direita rançosa governada por uma esquerda aburguesada e gorda que nem uma porca em véspera de matança.

12 janeiro 2009

Não podemos ignorar



A propaganda israelita preparou uma meticulosa operação de argumentação a favor do ataque a Gaza, incluindo por exemplo esta pergunta: «Que faria qualquer outro País, se de um território vizinho lançassem repetidamente rockets contra o seu território e a sua população?» Mas esta pergunta deve ser contrastada com outra pergunta: «Que fariam os habitantes de qualquer território, se o Estado vizinho ocupasse o seu território há dezenas de anos, lhe negasse o direito ao seu próprio Estado, expropriasse as melhores terras para as entregar a colonos seus, construísse um muro de separação bem dentro do mesmo do território, anexando boa parte dele, infligisse desumanas humilhações quotidianas aos habitantes, recorresse sistematicamente a assassínios políticos, bloqueasse retaliatoriamente o abastecimento de uma província, mesmo à ajuda humanitária das Nações Unidas, recorresse à punição colectiva da população civil sempre que há acções de resistência à ocupação, como se todos fossem terroristas?»



Recomendo
O meu amigo FPR mandou-me estas pérolas lisboetas.



Um espaço no coração de Lisboa dedicado ao universo do chá. Requintada q.b., esta loja aposta numa configuração especial para melhor evidenciar as latas de chá que dão colorido ao espaço. Em torno do balão, qual távola redonda marca-se o ritmo da sala onde estão as prateleiras de madeira. E é sobre elas que se encontra uma das melhores selecções de chá do país, todas oriundas de uma First Flush (ou primeira colheita).
Rua do Crucifixo 108-110 / 1100-185 LISBOA



O espaço é moderno, predominam as linhas direitas e os tons neutros, e minimalista. São os chocolates e o café que estão em destaque. E o nome explica porquê, ou não fossem os chocolates Claudio Corallo uma referência incontornável para os amantes do chocolate. Esta é a primeira loja da marca. Aqui, ele vem no seu estado puro, sem aditivos, aromatizante e até mesmo sem açúcar se o cliente assim o desejar. Directamente de São Tomé e Príncipe para o Príncipe Real em Lisboa, é uma iguaria que torna esta loja um ponto de paragem obrigatório. No Verão, os gelados e sorvetes de chocolate vem mesmo a calhar.
Rua Cecílio da Sousa 85 - Lisboa 1200-010 LISBOA



Linguajar
agachar
rebobinar
pipeta
clíster
axioma
estropiado
desenganado
contacto
libidinosa
onomatopaico
chaleira
orvalhada
adozinda
agripina
lipostrofia
amancebar
mancebo
gargarejar
mictório
uvas colhão de galo
galga
pipo



O problema dos homens que compram carros potentes para compensar pénis diminuto:
Era uma vez uma mula e um cavalo que pastavam juntos numa quinta. De repente o cavalo cai a um poço. Ele grita para a mula:
– Socorro, ajuda-me. Vai chamar o agricultor! Ajuda-me!
A mula vai a correr chamar o agricultor mas não o encontra. Então tem uma ideia brilhante. Pega no BMW do agricultor, guia-o até à beira do poço, ata-lhe uma corda que atira ao cavalo. Depois, guiando em marcha-atrás, salva o cavalo do poço.
O Cavalo diz:
– Obrigado, obrigado, devo-te a minha vida.
Alguns dias mais tarde, estando novamente a pastar, é a vez, infelizmente, da mula cair ao poço. Ela grita para o cavalo:
– Socorro, ajuda-me. Vai chamar o> agricultor!
Mas o cavalo diz:
– Calma, acho que consigo de outra forma mais rápida.
Então o cavalo estica-se todo para dentro do poço e diz à mula:
– Agarra-te ao meu pénis!
A mula prontamente obedece e o cavalo, recuando, salva assim a mula.

Moral da História: Se tiverem o pénis de um cavalo não precisam de BMW's para apanhar mulas

Vitriol





Ocultismo
Muitos se perguntam o que leva as pessoas a procurarem sociedades ocultistas, a querer um saber esotérico antigo, ou porque será que se preocupam com isto em pleno século XXI.
As motivações são muitas, o saber, esse é sempre fruto da paciência, da perseverança, e do desapegado interesse por conhecer. Vi a letra G.
A história trouxe-nos inúmeros ocultistas que procuraram, encontraram e mantém imperturbável a longa e tradicional cadeia de união e de transmissão. Goeth, Schubert, Schiller, Wagner, enfim, todos eles viram a letra G. Nenhum quis ser o Homem mais poderoso, nem dominar o mundo.
Pela primeira vez acessível a um público alargado, em tradução inglesa, esta obra que foi a fonte principal dos conhecimentos ocultistas de Goethe.
Aqui se inspirou para muitos dos assuntos que o interessaram ao longo da vida, e o ajudaram a caracterizar os seu heróis, como foi o caso de Fausto, e do seu discípulo Wagner, na primeira e na segunda partes da tragédia ( não esqueçamos que é este Wagner, de início algo simplório, quem acaba por conseguir fazer, no laboratório, o Homunculus, o ser híbrido, andrógino, que o conduzirá ao Belo eterno, na segunda noite de Walpurgis, como uma espécie de antecipação do Fausto redimido por Margarida, já no fim): o Homunculus aspirando a ser (ser vivo, material) a alma de Fausto aspirando à sublimação espiritual etérea.
A obra de von Welling contém um pouco de toda a sabedoria que se buscava ao tempo de Goethe e do seu século, nestas matérias mais filosóficas do que científicas, pretendendo abarcar todas as esferas do conhecimento, do mundo mineral ao vegetal, animal e humano.
Nascido na Baviera em 1655, veio a falecer em Franckfurt em 1725. A sua obra está igualmente na origem das doutrinas da Golden Dawn, a Aurora Dourada, de que fez parte, entre outros, o célebre mago Crowley.
A Opus Mago-Cabbalisticum está dividida em três partes, cada uma dedicada a um dos três princípios: o Sal, àcerca da criação, com uma doutrina sobre Adão e Eva e a origem da vida; o Enxofre, matéria do universo como a vemos ainda hoje; e por fim o Mercúrio, como via do profetismo, do porvir, incluindo o Apocalipse.
Para este autor a alquimia era um modo de conhecimento, sobretudo do mundo material, na sua relação com o resto do universo.
O alquimista contempla e interroga, pretende conhecer mais do que dominar o mundo à sua volta. Deste ponto de vista difere do herói goetheano.



Casa do Bento
– Comi uma fatia de bolo rei na confeitaria nacional... – começou ele ao sentar-se no sofá depois de jantar.
– O bolo rei da nacional é muito bom. O tio Henrique só gostava do de lá e trazia sempre para nós. – anuiu ela.
– Eu só acho a massa meio encruada. Fermenta-me no estômago. – rematou ele.
– Tu não tens vergonha? Um homem feito. – exclamou ela, meio zangada.
– Não fui eu. – defendeu-se ele com determinação.
– Ora essa! Só aqui estão dois cus, e cada um toma conta do seu. Velhaco!



Linguajar
arnaldo
virose
guarda-fatos
lamacenta
espetado
canícula
arroto
azia
alguidar
escanhoar
lambareira
lambona
mamona
pachorrento



O Caco faz anos hoje
42, por mais que não queira.
Desejo-lhe felicidades.

08 janeiro 2009

Gone with the wind



Olhámo-nos um dia,
e cada um de nós sonhou
que achara o par que a alma e a cara lhe pedia.

José Régio

Linguajar



A propósito do acordo ortográfico dei comigo a pensar em palavras portuguesas de que gosto particularmente. Acho-as dotadas de vida própria, provocando-nos a sensação do seu significado.


enfiá-lo
comia-lo
escarafunchoso
axila
virilha
cabrona
cagona
marzápio
regabofe
sousa
peidorrento
espasmódico
bactericída
alma do sapato
borbulhosa
gulosa
sarapitola
cornuda
gladíolo
perpassar
alvitrar
calcorrear
empalar
espernear
ácido úrico
agoniado
lambareiro
arcipreste



Casa do Bento
– Mãezinha, já viu que grande crise aí vem? – perguntou ele encetando a conversa depois de jantar. – A libra está mais barata que o Euro. – Rematou na esperança de obter resposta.
– É muito triste realmente, estão as crianças todas no no Hospital. – respondeu ela pesarosa. – Caiu a carrinha com as crianças, num barranco além para a Costa da Caparica. Estão todos no hospital.DEUS OS AJUDE!
– ?

07 janeiro 2009

Acabaram as festas... Ufff



Este ano o Natal, Reveillon e Reis deram-me cabo dos nervos. O povo doido como abelhas no cortiço para comprarem uma lista enorme de presentes que atiram furiosamente aos outros, naquela precisa hora, depois de umas couves com bacalhau cozido que enche a casa com o cheiro de bataclan, estafados, arrasados, mas felizes e realizados por terem cumprido a tradição do Natal. Mais uma vez. Uff.



Os transportes públicos lisboetas são muito bons


É interessante ver a vida que passa pelo comboio e pelo metro. É uma outra cidade, outro sentir. Viajei para SINTRA e não mudei naquela linda terra chamada Cacém. Fui ter a Meleças. Dez minutos depois de achar que o comboio estava parado no sinal vermelho eu e a Zitinha descobrimos que era fim de linha. Tive de voltar para trás. Sim para o Cacém para rumar de novo a Sintra.