o Anjo mostra a transgressão do visível
o invisto
o olho ventral
que controla mesmo a sombra
o apetite voraz
que vemos, vendo o outro
senão o abismo da origem
a revelação do que se não desvela?
o olhar não são os olhos
o visual nada tem de puramente óptico
a natalidade é o milagre
que salva o mundo do domínio do negócio humano
da ruína normal
deixai fora a cínica recomendação do Poder:
ficar em casa, não sair
a encarnação não é o mergulho na telepresença
nem o neotribalismo nos defende
dos fantasmas da identidade
mergulhemos no lodo do silêncio
a água vem do alto
inscreva-nos o Filho na carne do presente
a carne do verbo é vocativa
uma lâmpada tremeluz no escuro
o bafo da divina Presença nos aqueça
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