28 abril 2009

Varia


A crise. Porra só falam de crise

Imaginem eu ter de explicar à mãe e às tias o que é a deflação, ou o PIB que milhões de portugueses pensam que é um banco, ou ainda o spread, que pensam ser um cão.
Escrevam para a população. Façam-no como compete aos meios de comunicação em massa e expliquem-lhe lá o que estão a fazer para remediar a falta de emprego, as dificuldades na concessão de crédito, a sensação de instabilidade, as falências porque falar em crise quando baixam as rendas de casa... e os preços não aumentam fica difícil ao povão entender.
Se não fosse o desemprego em massa e o encerramento das empresas o grosso da população não estava sentir que há algo de diferente no ar...mas não é Ferrero Rocher.






O que faz falta?
Embirro com bombas de gasolina sem empregados. Se tiverem em pré-pagamento, pior. Alguém pode explicar-me o que é que eu ganho em sair do carro, ao sol, ao vento e à chuva para pegar numa mangueira, sujar as mãos, abrir o depósito e verter a gasolina que me impesta a roupa de cheiro?
As empresas de gasolina vendem, os revendedores reduzem o número de pessoal, o serviço é manifestamente mau e o preço da gasolina é o mesmo?
Proponho,que quem opte pelo self-service pague a gasolina mais barata e que quem seja abastecido pelo frentista, pague o preço mais caro.
ISTO É PEDIR MUITO?


Casa do Bento
— Mãezinha, quer ir jantar comigo? — perguntou ele sorridente.
— De noite? — ripostou ela.
— Se for de dia, é almoço. — Atirou ele rindo. — Vamos experimentar o Mac Donald's que a que a mãe nunca foi.
Já no restaurante e após inúmeras queixas, porque não há pessoal, são todos gaiatos, e cheira a fritos:
— NÃO GOSTEI MUITO DESTE MAC NOL, MACNU... Olha não entendo esta mania de colocar nomes estrangeiros em lojas portuguesas. O que seria uma Paris em Lisboa em Londres?


Oh Zé, eu até percebo
Estava José Sócrates numa situação pública quando uma jornalista se aproximou: «Posso?», disse ela.
Respondeu Sócrates: «Claro, eu não mordo.»
E ela: «Não morde, mas rosna. E às vezes rosna muito.»
A história foi contada, no domingo, pelo jornal Público. Temos, assim, que uma jornalista, no exercício das suas funções, disse a alguém sobre quem escrevia: «Você rosna.»
Tenho a dizer o seguinte: está tudo maluco.
Ao almirante Pinheiro de Azevedo irritava-o ser sequestrado; a mim é mais conversas parvas. Engalinham-me. Eu sei que é remar contra a maré mas, pronto, não gosto.
Sócrates, a alguém que pediu para se aproximar, respondeu: «Claro, eu não mordo.» E podia responder. A frase é coloquial e, até, amigável.
A isso a jornalista respondeu: «Não morde, mas rosna. E às vezes rosna muito.»
E, não, não podia responder.
Nenhuma jornalista (como jornalista, isto é, a trabalhar) pode falar assim a um primeiro-ministro. E como o hábito de desconversar já está arreigado, explicito o que digo: nenhum notário (enquanto notário) pode falar assim a um mecânico. Perceberam?

27 abril 2009

Mudem de rumo



A formiga no carreiro
Vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo,caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas águas, que flutuavam nas águas,
E de cima duma delas
Virou-se pro formigueiro
Mudem de rumo, mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua,caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu abriu as gâmbias, buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas,para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se pro formigueiro
Mudem de rumo, mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro
Andava a roda da vida
Caiu em cima, caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se pro formigueiro
Mudem de rumo,mudem de rumo

Já lá vem outro carreiro

23 abril 2009

25 DE ABRIL agora mais do que nunca

Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.

Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre



Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor nos ramos
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praia do mar nos vamos
À procura da manhã clara

Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Mensageira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha
Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca

Zeca Afonso

IKEA



Ricardo Araújo Pereira escreveu isto que em que me revejo totalmente, para além dos empregados que mascam pastilhas e se queixam dos patrões.

Que tal recordar esta delícia?
«Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia». As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço se hão-de transformar em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Há dias, comprei noIKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias.É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada. Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece-me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem.Idiossincrasias do comércio moderno. Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro. E os suecos que montem tudo, se quiserem receber.»

22 abril 2009

Quando o mês de Maio



Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul

Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar

Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre depois do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar

Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Venham ver, Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu


Ai Brasil, meu Brasil, brasileiro


Disse-me uma amiga que foi no São Paulo Fashion Week.

17 abril 2009

Mariquinhas?



Dedicado à grande fadista Conita Pedrada, à Jana da Selva e ao dono da escada de caracol sem corrimão que me acompanharam à Adega do Ribatejo para uma noite de fado.

O Soares tem razão


Esta é a administração que privilegia a Economia sobre a Política.

11 abril 2009

Pascoa de Pascoa que semeaste nas lágrimas


Páscoa de páscoas,
que semeaste nas lágrimas
o pão que doira as manhãs da alegria do teu passar

é a Páscoa do Senhor
clama o Espírito
é a Páscoa do Senhor em verdade
o Senhor derramou o seu sangue
em sinal da justiça que devia vir
Ele nos ungiu com seu perfume
e nós fomos protegidos
ALELUIA

é a Páscoa do Senhor
clama o Espirito
é a Páscoa do senhor em verdade
oh Páscoa de Deus
que desces do céu á terra,
e que da terra retornas ao céu
em ti a criação inteira
se reúne e se alegra
ALELUIA




A Páscoa ( significando passagem) é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo(Vitória sobre a morte) depois da sua morte por crucificação ocorrido nesta altura do ano em 27 ou 37 d.C. Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egipto.
A palavra Páscoa advém, exactamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egipto para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os cálculos que se indicam a seguir.
Os termos "Easter" (Ishthar) e "Ostern" (em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pesach(páscoa). As hipóteses mais aceitas relacionam os termos com Eostremnat, nome de um antigo mês germânico, ou de Eostree, uma deusa germânica relacionada com a primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo com o historiador inglês do século VII.
É sugerido por alguns historiadores que muitos dos actuais símbolos ligados à Páscoa (especialmente os ovos coloridos e o coelhinho da Páscoa são resquícios culturais da festividade de primavera em honra de Eostre que, depois, foram assimilados às celebrações cristãs do Pessach, depois da cristianização dos pagãos germânicos. Contudo, já os persas, romanos, judeus, arménios tinham o hábito de oferecer e receber ovos coloridos por esta época.
Ishtar tinha alguns rituais de carácter sexual, uma vez que era a deusa da fertilidade, outros rituais tinham a ver com libações e outras ofertas corporais.
Um ritual importante ocorria no equinócio da primavera, onde os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da fertilidade) e os escondiam e enterravam em tocas nos campos. Este ritual foi adaptado pela Igreja Católica no principio do 1º milénio depois de Cristo, fundindo-a com outra festa popular da altura chamada de Páscoa. Mesmo assim, o ritual da decoração dos ovos de Páscoa mantém-se um pouco por todo o mundo nesta festa, quando ocorre o equinócio da primavera.
O hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã. O hábito de trocar ovos de chocolate surgiu na França. Antes disso, eram usados ovos de galinha para celebrar a data.
A tradição de presentear com ovos - de verdade mesmo - é muito, muito antiga. Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza - lá eles têm até nome, pêssanka - em celebração à chegada da primavera.
Os chineses os povos mediterrâneos também tinham como hábito dar ovos uns aos outros para comemorar a estação do ano. Para deixá-los coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas.
Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Pré-Clásica e Clásica entre os povos pagãos da EUROPA.
Eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés.


Ovos de chocolate
Os cristãos apropriaram-se da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição De Jesus - o Concílio de Nicéia, realizado em 325, estabeleceu o culto à data. Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorniz) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.
Na Inglaterra do século X os ovos ficaram ainda mais sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus súbditos com ovos banhados em ouro decorados com pedras preciosas.
Não é difícil imaginar por que esse hábito não teve muito futuro.
Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, confeiteiros franceses tivessem a ideia de fazer os ovos chocolate- iguaria que aparecerá apenas dois séculos antes.

10 abril 2009

Sexta-feia Passiones Domini

O Cordeiro foi sacrificado com folhas e sem barulho. Agora comêmo-lo e bebemos o sangue para com uma parte do Todo fazermos parte d'Ele.



Por volta de Noa o véu do Templo rasgou-se.
A terra escureceu e estremeceu.Tudo ficou envolto em penumbra e trevas.
Quem quer procurar a Luz?

09 abril 2009

Quinta-feira Santa a caminho do Alentejo

ADORO TE DEVOTE
LATENS DEITAS
QUAE SUB IS FIGURIS
VERE LATITAS
TIBI SE COR MEEUM
TOTUM SUBJICIT
QUIA TE CONTEMPLAS
TOUTUM DEFICIT

08 abril 2009

Barretes

Ainda os há em Lisboa. São lindíssimos e nesta primavera animam os dias.




Genérico eu?
A guerra a que estamos a assistir em torno da prescrição de medicamentos genéricos mostra bem a incapacidade que Sócrates tem revelado a enfrentar os grupos de pressão. De um lado, as farmácias tentam forçar a venda de genéricos, do outro, os médicos querem fazer valer as suas opões, no meio uma ministra que não sabe muito bem o que decidir e se refugia na lei. Aliás, esta dificuldade em lidar com a força dos grupos de pressão no sector ficou evidente quando Sócrates substituiu Correia de Campos, muito provavelmente o melhor ministro do seu Governo, pondo fim a um processo de reformas, para dar lugar a uma gestão medrosa do sector, onde o suposto diálogo não é mais do que uma tentativa desajeitada de agradar a gregos e troianos.Os médicos até poderão ter razão ao não aceitar a substituição dos medicamentos que prescrevem, mas a verdade é que ninguém os obriga a explicar a razão porque consideram que o medicamente que prescrevem, muito mais caro do que o genérico apesar de apresentarem uma composição semelhante. A Ordem dos Médicos insistem em defender que ninguém pode pôr em causa a decisão de um médico, quando se sabe que os médicos portugueses são os primeiros a alterar o tratamento decidido por um colega ou que emitem centenas de milhares de falsos atestados de doença. Há muito que o exercício da medicina se transformou num negócio tão pouco transparente como o das farmácias, não são poucos os médicos que transformam a sua assinatura, protegida pela Ordem dos Médicos, numa fonte de rendimentos sem qualquer esforço.As farmácias tendem a transformar-se num imenso oligopólio, beneficiando de lucros exagerados à sombra de um mercado do medicamento sem qualquer concorrência. O seu imenso poder financeiro, alimentado por lucros fáceis e generosos, levou a que o Estado seja refém dos seus interesses. A Associação Nacional de Farmácias aparece associada ao negócio da produção de genéricos, lança cartões de crédito, faz campanhas políticas quando o Governo os incomoda e o seu presidente aparece frequentemente a falar em público em termos que nem os líderes das confederações patronais usam.De um lado está a Ordem dos Médicos tentando manter o mercado da assinatura médica, recorrendo à falsa preocupação com a saúde dos portugueses. Do outro estão as farmácias que estranhamente preferem vender medicamentos genéricos que por serem mais baratos geram (teoricamente) comissões de vendas mais pequenas. No meio está uma ministra que não sabe o que fazer e os portugueses que pagam uma factura pesada porque o Governo não tem uma política clara para o sector e ao fim de quatro anos nem sequer conseguiu promover a venda da unidose, uma das suas promessas eleitorais.


Dá-lhe amiga, dá-lhe sem piedade...

07 abril 2009

Semana Santa de novo

O Vaticano fez um press release informando que as mulheres ou homens que estejam nus na cama a gritar: «oh god, god, god», não estão tecnicamente em oração.


Abadia de tamie
Tem a semana litúrgica da paixão disponível em áudio.


A MJC foi a banhos para Lanzarote
Este em convívio e mandou uma foto. Podes ser primeiras, tá?


02 abril 2009

Crise, défice e a Europa



A Europa, mais uma vez não entendeu o seu papel na economia mundial. A fraca liderança de Durão Barroso, praticamente invisível pelo seu envolvimento com Bush,como Soares tão bem avisou, apresentam um continente arreigado ao conceito estado/nação e que não hesita em fazer ententes a dois, ou três sem pensar globalmente. Tive um professor, Franco Nogueira, que não se cansava de apregoar: «os europeístas devem ler uma biografia de Carlos V, o último imperador europeu.»
Pensava ele que os velhos reinos europeus, em horas decisivas, manteriam essa visão particular do poder,procurando continuamente as soluções domésticas e que assegurem sos seus interesses em primeiro lugar.
Esta atitude é perigosa. Com uma França alinhada com a Alemanha exigindo a alteração da legislação de supervisão de paraísos fiscais, que eu concordo, e uma Inglaterra sempre escudada nos seus particulares interesses comerciais da Commonwealth, corremos o risco de ao desprezar os interesses, sobretudo financeiros na Ásia, perfilando-se soluções de cimeiras G2, EUA e CHINA a liderarem o mundo. Este cenário traria consequências imprevisíveis.
À excepção dos emergentes (ai o BRIC) que continuam a crescer, há o bloco dos Europeus a querer mais regulação menos investimento público e os bloco americano/asiático, propondo mais investimento público para atenuar a crise.
Uma série de 23 anunciadas conferências de imprensa.
A Europa, essa vive um dos seus momentos mais difíceis da sua história contemporânea,ou se junta, ou se arrasta moribunda pelo século XXI.
Para nós cidadãos é tempo de escolhermos entre nacionalimos balofos, ou sermos capazes de fazer uma Europa a uma voz,dentro da sua diversidade. É tempo de criar o Império e a pax romana, ou o sacro-império ou ainda o império onde o sol nunca se punha, na pax e na influência humanista ,equilibrada de um desenvolvimento sustentável.

Na senda de pesquisas anteriores Gilles Deluzes e após uma conversa com o PG ando a ler sobre o ateísmo delicado. Darei conta mais tarde.

01 abril 2009

Non penitentiagite




Tratado de Ateologia
Michel Onfray defende que «...só num mundo sem Deus é que o Homem pode ser livre.» Arrepiei-me. Procurei e li. Senti-me um pouco mais reconfortado. Sou daqueles que acha que um mundo sem Deus seria inimaginável, mesmo para os que acreditam nele. Compreendo o seu ponto de vista e respeito-o. Não lhe encontro sabor da liberdade e a realização espiritual de nos encontrarmos com Deus.
Defende, então, este ateu que as religiões do livro trazem engano e sofrimento, quando odeiam os homossexuais, as mulheres, os prazeres do corpo, as pulsões. Para se relacionarem as pessoas é preciso viverem na lei (de deus), na dor, no sofrimento, isso é de uma enorme violência e sem qualquer sentido.
QUANDO SE VIVE SOBRE O OLHAR DE DEUS NÃO SE É LIVRE.
Contrapõe aos milénios judaico-cristãos, Michel com uma filosofia hedonista, que permita às pessoas viverem alegremente. O hedonismo, segundo ele, é a arte de viver feliz.
Defende ele uma bio-ética, uma política, uma filosofia hedonista.
Esta é a filosofia é a pratica das religiões ditas primitivas. O que interessa é a vida de agora e não viver a pensar no além. Mas a espiritualidade, essa é a essência do que nos torna humanos e se formos inteligentes, Deus dá-se a descobrir em diferentes contextos, tonalidades e matizes.
Um livro muito interessante que poderia levar a reflectir os homens do LIVRO, que impõem aos outros, o jugo que não podem suportar.
SOFRIMENTO, NÃO OBRIGADO.


O Bento tá doido:



Dizer em África que o uso de preservativo não resolve o problema da sida é verdade, mas muito mais importante é fazer tudo,tudo ao seu alcance para prevenir. Todo os esforços são poucos e quem tem obrigação de liderar afirmar uma coisa destas... é obra. E já agora que tal não sancionar um regime absolutamente corrupto, inumano, sem qualquer dignidade. Que faria Jesus neste caso?


Casa do Bento
– A mãezinha cada vez ouve pior – repreendeu-a ele.
– O quê? – perguntou ela de novo.
– Tem de ir ao Otorrino – declarou ele imperiosamente.
– Os médicos estão caríssimos. Os aparelhos novos uma fortuna. Sabes que mais? Tou farta de fazer rasteiros, toda a gente a meter-me os dedo no ouvido...


Ai Free Port, free port
É preciso sentido de Estado. Agora que os cães não vão largar o osso, ai isso não vão.