13 março 2009

A árvore da Sabedoria



SABEDORIA com a ajuda da Primavera, estação em que a natureza renasce, depois do Inverno adormecido. A árvore de raiz coroada é a do Conhecimento e da Vida, a água que escorre para os banhos lava e purifica os elementos que mergulham os pés no pequeno tanque que bordeja a iluminura.
Pela nobreza das personagens que contemplam a operação deduzimos que se trata da Obra Magna, Obra Real, da via Real da alquimia.
Com efeito o adepto já se encontra no topo da escada, encostado aos ramos da copa da árvore, colhendo os frutos que colocará no cesto que tem consigo.
E é essa imagem do cesto, o receptáculo, emblema do corpo feminino, que nos permite aqui ligar conhecimento e vida.
Nesta imagem da esquerda, que no códice das edições Moleiro diz respeito ao mês de Fevereiro, define-se a função que é dita «a obra da mulher»: lavar.
O negro tem de ser purificado, a sujidade extraída, a roupa limpa estendida ao sol (à luz) para ser bem sublimada.
Mas cada qual encontrará o seu jardim, subirá à copa da sua árvore.
Recordo uma leitura que fiz há algum tempo, de Le Jardin Exalté de Henri Michaux, poeta alquímico por excelência. Esse jardim secreto, plantado no coração de Paris, permitiu-lhe viver a experiência do jardim do Éden, mas «sem maçã, nem serpente, nem deus castigador, somente paraíso inesperado. Sem ter de se mexer, perante a própria árvore que era o seu centro, com uma vasta coroa, folhas amareladas, carnudas, anunciando o Outono que chegava (...) velha nogueira, de copa larga, tão rara nessa essência, coroa dupla quase tripla, sem exemplo (...) Beleza das palpitações no jardim das transformações».
Dedicado, com a ajuda de YC, ao G para tratar do seus jardins sem expulsar os ventos.


Fefa
Chegou a Lisboa no alto da sua limusina. Faz anos. Parabéns Fefa. Sempre no meu coração.

2 comentários:

1de30 disse...

E atenderes o TELEFONE para te podermos dar os parabéns, pá. Bjs [TS]

Anónimo disse...

Quero estar à altura de saber aprender... difícil por vezes, quando corremos em tantas direcções, sem certeza de nada, a não ser que tudo se tratará, eventualmente, de uma fuga de nós próprios.