04 março 2009

Crises

Ninguém merece duas crises
«Esta crise financeira é o bicho mais raro e impiedoso. Esta é daquelas que vem para nos demonstrar que os fundamentos da nossa realidade estavam errados...»
No último post falei-vos da crise financeira. Hoje estou em plena crise de meia idade. Tenho de fazer uma romaria à Senhora do Alívio, para não me ficar pela devoção à Senhora da Agonia.
A segunda crise acontece a todos. Passamos o tempo a perguntar-nos: Estarei a ir bem? É isto que quero da vida? É esta pessoa que quero ser?
A CRISE DA MEIA IDADE apodera-se de nós. As reacções são diferentes de pessoa para pessoa, mas nunca sem sofrimento associado.
O EQUILIBRIUM é muito difícil de atingir. Acredito que poderemos atingi-lo mas o processo de auto-conhecimento, VITRIOL, é longo, moroso e por vezes traz desânimo e desalento.
Uma amiga disse-me que a questão não era encontrar um sentido para vida, mas criar uma vida. Renová-la, vivê-la, esgotá-la.
ENFIM. VITRIOL. Recomecemos para Bingo.


Caranguejo do Alaska
Sou muito desastrado às primeiras, mas achei graça ao caranguejo e agora,como bom caranguejo, anda um para a frente e dois para trás, o que não é fácil para um Peixe.
Consultemos o Zodíaco...
CARANGUEJO é o mais sensível, romântico e divertido de todos os signos. É bondoso, afectuoso. Esconde frequentemente as suas emoções. Gosta de atenção, de se sentir apreciado e amado. É muito apegado ao passado e às suas raízes. A família é a sua âncora. A imaginação a sua arma. Foge da fama e da exposição pública. É cauteloso, raramente cai em armadilhas, pois todos os passos que dá são seguros. O mesmo se passa com a parte afectiva, sentirá sempre que o podiam amar mais. Perde muito tempo a pensar nos erros que cometeu e na forma de os evitar. Quando está apaixonado envolve-se a cem por cento e sem reservas. Sente-se naturalmente atraído por Capricórnio. Touro consegue dar-lhe o bem-estar que aprecia. Peixes, que é muito romântico, pode afagar as suas necessidades emocionais. Leão e Carneiro são signos de quem se deve manter afastado. A sua necessidade de dependência também não combina com o desejo de independência de Aquário ou com o gelo de Gémeos.



Colecção Berardo

Tanto se escreveu e falou como era incrível e inaceitável que a colecção de arte contemporânea de Joe Berardo não estivesse exposta de forma digna, acessível ao público.O próprio lançou impropérios vários e, no final, o Mega Ferreira ,premiado pela assessoria que deu á campanha de Mário Soares para a presidência, lá foi para o CCB, onde finalmente e a expensas do Estado se exibe e conserva a célebre colecção Berardo.
A crise financeira chegou, e o nosso comendador na primeira esquina logo ganiu e deu como garantia aos bancos,pelos empréstimos que não consegue pagar, e que se destinavam, a especulação financeira, os quadros da referida colecção. Não me parece bem.
QUE NEGÓCIO FOI ESTE?
Tenho um piano de cauda de colecção. Será que alguém me trata dele, o guarda e no final mo devolve?


Excertos
Entrevista de RICHARD ZIMMLER retirada do «Para lá de Bagdade».
A sua relação com Alexandre Quintanilha, que dura há 30 anos, é quase coisa de contos de fadas, não é?
– [Risos] Sim, um bocado. Mas também temos problemas; não é perfeito. Mas temos respeito e amor mútuos, que é o mais importante.
Por que razão, em pleno século XXI, se fala tão pouco de homossexualidade com essa sua abertura?
– É uma questão difícil e complicada. Quando eu cresci, o homossexual tinha que ultrapassar os seus próprio preconceitos. Eu entrei em pânico, pensei: «Estou mais interessado em homens do que em mulheres. O que é que isso significa? Vou ter que mudar a minha personalidade toda? Deixar de gostar dos Beatles e dos Rolling Stones e passar a gostar mais de Judy Garland?» Não tinha modelos de comportamento com quem pudesse testar a minha personalidade. E depois, nem todas as pessoas estão em posição de assumir a sua homossexualidade sem que isso lhes traga repercussões graves e terríveis na vida. Há jovens que se o dissessem aos pais, seriam corridos de casa. E os políticos portugueses se dissessem: «Tenho uma relação com este homem», não conseguiriam as posições altas que ambicionam.
Acha mesmo que haveria essa relação de causa-efeito?
– Não sei. Como ninguém o faz, não podemos saber. A homossexualidade só é assunto porque há preconceito. Caso contrário, seria tão banal como ter olhos azuis ou verdes, ser alto ou baixo. Luto para um dia seja assim.Eu não falo da minha sexualidade por mim; falo dela por causa do jovem que vive em Beja e da rapariga que vive em Vila de Conde. Ambos se sentem frágeis devido à sua sexualidade, não conseguem assumi-la porque estão rodeados de pessoas com preconceitos. Têm que viver atrás de uma máscara. É por causa deles que falo, para que entendam que podem ser felizes, realizados, viver com amor, com paixão, com tudo. E que não têm que mudar. É importante que cada um de nós viva como é.
Mas acha que os políticos, artistas, etc, poderiam contribuir para a abertura de mentalidades se assumissem a sua orientação sexual com tranquilidade?
– Os políticos – e os cozinheiros, os advogados, os escritores, os músicos - poderiam ter um efeito muito positivo sobre a sociedade portuguesa. Se falassem abertamente da sua vida íntima, as pessoas perderiam os tabus, aprenderiam a lidar frontalmente com os problemas, com a violência e as violações sobre crianças, a denunciar os abusos. Os tabus não criam uma sociedade saudável. É preciso muita gente a falar dos seus desejos, dos seus problemas, para receber a solidariedade das pessoas individualmente e da sociedade em geral. Mas não posso dizer que as pessoas têm obrigação de o fazer. Se os HOMOSSEXUAIS saíssem do armário de forma digna, sem reality shows de gosto duvidoso, não seriam os heterossexuais a decidir e falar em público sobre as questões de igualdade.


Livros Grandes
Estou a terminar o Livro de Robert Fisk, um calhamaço, que nos fala da sua experiência no Médio Oriente:


«Este não é um livro para pessoas impressionáveis. Há muita crueldade, humilhação, sangue e dor nos detalhes com que Robert Fisk, correspondente do diário britânico “The Independent”, evoca os conflitos que lhe povoam a memória. Logo no prefácio de “A Grande Guerra pela Civilização – A Conquista do Médio Oriente”, ficamos a saber que nem precisou de remexer nos cadernos de apontamentos para se lembrar de um pai que lhe mostrava “o que parecia ser metade dum pão esmagado, mas que afinal era metade dum bebé esmagado, após um ataque americano no Iraque, em 2003, com bombas de fragmentação (p. 22). Nas mais de 1200 páginas que Fisk escreveu durante 17 meses depois de quase 20 anos de pesquisa, quase ninguém escapa à sua crítica, embora fique sempre aquela incómoda sensação de que é mais benevolente com alguns “criminosos” do que com outros.»
Uma casa de putas, portanto


Casa do Bento
– Preciso de uma nova televisão – disse-lhe ela ao instalar-se na sua casa nova, onde já estão definidas as janelas que se abrem para fazer corrente de ar, e tirar os cheiros à casa.
– Televisão? – respondeu ele.
– Sim. Uma televisão dessas modernas com um pezinho assim bonito.
– A mãezinha quer um LCD? – indagou ele, incrédulo.
– Sim, isso mesmo. Quero um LCD. Procura um, aí até 100 euros.
– 100 EUROS? Mas não há plasmas a 100 euros! – respondeu constrangido.
– Lá estas tu a complicar. Vocês os jovens só criam dificuldades e o que nós queremos são soluções.

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