05 dezembro 2008

Alquimia


De Groene Leeuw, 1674


Uma Leitura para o Átila
Neste tratado do Leão Verde, com o sub-título de Luz dos Filósofos, são expostos os segredos e modos de trabalhar os metais, os minerais, os vegetais, os animais, como suportes da Imaginação Activa. Para além das práticas de laboratório, que conduziriam mais tarde às Ciências Químicas, havia, na procura alquímica, verdadeiros exercícios de Meditação, em que ver, ler e neste caso desenhar as gravuras ajudavam ao aperfeiçoamento da Virtude interior.
Nem tudo era ouro, ou melhor, o ouro simbolizava uma Espiritualidade exemplar.
O autor apresenta-se como "Mestre mineiro", o que também é simbólico: escava o interior da Terra, o interior da Alma, e assim como se propõe retirar de metais, vegetais e animais o melhor para um aproveitamento das qualidades medicinais que possuam, incita o leitor ( o adepto) a meditar sobre o sentido mais profundo que a gravura oferece.
Trabalho que, como o da exploração da mina, exige tempo e paciência.
Na capa sobressai Hermes, com o seu Caduceu, emblema da Sabedoria a obter. De frente e olhando para o deus, o Adepto, já alado (sublimado) e sob a luz do Sol.
Nas gravuras inferiores temos a fase da Morte/meditação, que dará por fim a Chave de todo o Conhecimento ( a árvore do lado direito é discreta alusão à Arvore do Jardim do Éden).
Por fim escolhi a pequena gravura da Tartaruga, ao alto, pois nunca é demais, em tempos apressados como o nosso, lembrar que a paciência, no decurso do Tempo, é a verdadeira Mestra da Vida: um Tempo que nos conduz ao Templo, o da Sabedoria de Salomão, que nem nos melhores filmes de Indiana Jones conseguiremos descobrir. O Tempo do alquimista não é um passatempo, é mais do que isso.
O comentador da gravura explica: o Sujeito da Arte ( o Adepto) transforma-se no Saturno dos Sábios, também denominado Tartaruga,por se assemelharem as marcas da sua carapaça a certas forma que o Mercúrio também apresenta à superfície. Devagar, com a lentidão que a caracteriza, caminhará a tartaruga para a perfeição "fixa" do Leão.
É este, ao fim e ao cabo, o segredo...




Acordo ortográfico?




Casa do Bento (A saga continua)
– Não percebo porque é que o Sousa Tavares chamou Equador a um romance passado na nossa terra! – Exclamou ela embrulhada na mantinha.
– São Tomé também era Portugal, mãezinha...
– São Tomé? São Bento do Cortiço. A história é passada em São Bento do Cortiço. Em Estremoz. – Respondeu já com um pouco de azedume.
– Essa é outra. – Respondeu ele sem levantar a voz.
– Outra? Agora os mais velhos não sabem ler. Equador é a história alentejana e ponto final. ENTÃO NÃO QUEREM LÁ VER!

Sem comentários: