Esperamos todos
o dealbar de um rosto
a aparição de outra coisa
entre o chão de limos e rumor dos freixos
esperamos às porta fechadas do mar
a onda favorável que nos leve ao outro lado
o sopro redentor
o expansivo meio em que a alegria nasce
à espera do fulgor estamos
colados ainda às sebes do negrume
às lívidas camas dos hospitais
que as bocas de sombra entredevoram
esperamos o impossível voo
a matéria dos anjos que não desertaram
e dão ao corpo o transporte
para além o peso e da cinzentez das horas
esperamos o fim das proscrições sem nome
a cal em que o desenho dos seus pés se inscreva
e o seu calor nos toque
solta-se a garganta enfim
das foices do silêncio que a cercavam
e o Teu Nome nos cubra de luz
que se faz carne
e traz no seu bojo nascimentos
do mais fundo da noite do mundo desejados...
solta-se a garganta enfim
das foices do silêncio que a cercavam
e o Teu Nome nos cubra de luz
que se faz carne
e traz no seu bojo nascimentos
do mais fundo da noite do mundo desejados...
1 comentário:
Gostei.
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