A Igreja Católica está apenas interessada em registar para a posteridade - histórica ou metafísica - que o casamento homossexual será tornado legal contra os seus melhores esforços.
Lemos que o representante do Vaticano está surpreendido e triste pela decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos contra a presença de crucifixos nas salas de aula em Itália. Umas páginas à frente, é o Bispo do Porto que defende o referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo .
Não me apoquentarei a discutir as visões da Igreja Católica sobre a laicidade do Estado ou sobre a bondade de um casamento estritamente heterossexual. O que me parece interessante notar é a convicção com que a Igreja Católica defende posições fingindo que acredita deter, como outrora, uma influência social capaz de melindrar as prerrogativas do jogo democrático nos Estados de direito. Repare-se, é muito diferente imaginar uma Igreja capaz de esgrimir argumentos que pretendam calar fundo nas consciências democráticas do comum mortal, do que assistir a estes desabafos indignados, desabafos da ordem que só podem concitar apoios entre os mais férreos dos convertidos.
A ICAR está apenas interessada em registar para a posteridade - histórica ou metafísica - que o casamento homossexual será tornado legal contra os seu melhores esforços, apenas está interessada em registar que esteve contra a retirada dos crucifixos das salas de aula. Talvez eu perfilhe de uma leitura demasiado benigna, mas creio que muitas das hierarquias da Igreja Católica se estão borrifando para quem casa com quem, também acredito que terão plena consciência de que é absolutamente escusado virem reclamar contra óbvios atentados ao princípio da laicidade do Estado - e das suas instituições.
A sensação que fica é que estes representantes da ICAR estão a fazer um frete a Deus. Com tantas coisas que realmente poderiam beneficiar a imagem pública da Igreja e, por consequência, a do credo que apregoam, não sei se Deus agradece estes fretes. Finjam melhor, por favor.
CASA DO BENTO
-Afinal a Dona Manuela Ferreira Marques vai sair do PPD.
-Diz que sim.Respondeu-lhe ele.
-Parece que agora vai avançar o filho,Pedro não sei do quê-retroquiu ela.
-O filho?-perguntou ele incrédulo.O Pedro Passsos Coelho não é filho dela.-Rematou ele.
-É sim senhor.Basta olhar para a cara dele para ver que são parecidos.
-Se não é,filho é sobrinho.Então não querem lá ver.
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